quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Escrevi e apaguei diversas vezes o começo de um texto pra ti. Sim, depois de alguns meses, esse texto volta a ser pra ti, e isso não é uma coisa que me agrada muito, mas talvez eu nunca tenha realmente dito a verdade sobre nossa história. Não lembro a data de quando nos conhecemos, mas lembro a roupa que tu vestia, e como aquela camiseta listrada ficava bem em ti. Não lembro as primeiras palavras que trocamos nesse dia, mas lembro que a marca da tua mordida no meu braço doeu muito. Não lembro qual musica tocava naquele carro, mas lembro que brigamos o caminho todo quanto ao volume dela. Tua blusa ficou dias na minha casa, e eu guardava ela. Nossas ligações duravam 13, 14 minutos no máximo, e eram elas quem salvavam meus dias. Teus olhos castanhos e teu sorriso meio sem jeito me fascinavam, teu cabelo meio bagunçado e tua capacidade de perder o celular pela casa eram impressionantes. Falava como uma menina e adorava jogar vídeo game, tinha péssimo gosto musical e era muito boboca. Me contava coisas que nunca tinha contado pra ninguém, agia de uma forma diferente e era uma coisa boa - eu finalmente te conhecia, não aquela tua capa, mas você mesmo. Mas eu estava enganada, não é? Não era tu aquele, era apenas mais uma de tuas faces, e aquela me enganou direitinho. Não foi de todo mal, afinal me mostrou que não era apenas tu que tinha ‘duas’ caras. Algum dia gostaria de te perguntar o que era tão legal em me ver sofrer, porque tu assistia a tudo de camarote, e parecia apreciar o que via. Lembra quando eu disse a tu que jamais choraria por algum menino? Tu deve ter tomado isso como desafio e conseguiu vencer. Perdi noites de sono, perdi lágrimas e o pior de tudo, perdi a vontade de amar. Descobri que eu não conseguiria te esquecer enquanto sentisse algo por ti, nem que esse sentimento fosse raiva, mágoa. E se eu não pudesse te esquecer, iria te evitar: evitar te ver, evitar ouvir tua voz, até que eu pudesse conviver com tua presença, contigo. Funcionou, por um tempo pelo menos. E eu precisava me permitir dizer isso, mesmo que inutilmente, porque eu quero sentir novamente. Quero conseguir mudar, suportar toda aquela merda que o amor proporciona e que faz tão bem. Nada disso foi culpa tua, e sim culpa minha - eu me privei de tudo pra poder conviver, e me esqueci de superar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário