sexta-feira, 19 de abril de 2013

O vento passou. Assim como a vontade de amar. Arrastou consigo o cabelo desgrenhado da morena e o liso da loira que passava na rua. O cheiro ficou. A vontade de roçar os lábios naquelas mechas também. O vento foi e levou a vontade de falar, de viver, de amar, levou a coragem que eu tinha antigamente - cinco minutos atrás - e me deixou com a cabeça no buraco como um avestruz todo desengonçado. Coitada de mim. Tem medo de amor, medo de amar. Não sei nem beijar de língua, muito menos onde colocar a mão. Não tenho paciência para isso. Sinceramente. Vou virar as costas para tudo isso, para esses paradigmas e essas regras de ter-que-ter-um-namorado-antes-dos-dezoito. Todos em suas pressões para cima de mim. Vou gritar de pulmões cheios e batidos “Danem-se os namorados!” - principalmente para aquela tia chata. Amar não é assim. Não mesmo. Amar é viver e querer espontaneamente. Amar é querer todos os dias, todas as horas a cada segundo. Amar é viver por inteiro. Não sei amar pela metade, aliás, nem sei se sei porque nunca amei de verdade. Não quero a metade da laranja, quero a laranja inteira e sem cortes só pra mim. Amor de criança, de adulto, adolescente ou velho gagá. Quero amor de verdade, aquele que não é obrigado só por causa da titia. Eu que não quero ficar para titia. Mas não tenho pressa. Não. Que ele venha de repente e quando quiser. Pode vir em um ônibus, em um olhar, em um sorriso, em uma lágrima ou no clássico clichê de trombar e derrubar o material escolar. Mas que venha. Amor inteiro e sem rodeio. Já faz tempo eu espero na rua, beijando meninos no rosto e abraçando minha melhor amiga. Espero aquele cabelo ao vento que me encanta e que se prende em meu sorriso de aparelho. Espero, sim. Que tudo seja um combinação simples e perfeita. Sem teoremas ou fórmulas. Que se dane a matemática de tudo isso. Só quero o amor, meu bem, só o amor.

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