segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sua mente estava totalmente bagunçada. Parecia até que acabavam de depositar um vasto lixão naquele breve espaço que dominava seu cérebro. Em frações de segundos, seu intelecto virara um grande alojamento de imundices tolas, repugnantes e sórdidas. Seu olhar permanecia parado, fixo em um exato ponto, irreconhecível. Tentava encontrar sua razão, mas a única coisa que conseguia fazer era agir impulsiva e emotivamente, como uma criança, que não tem noção suficiente do mundo em que vive. Andava de um lado para o outro, na tentativa de encontrar explicação para o que estava acontecendo em sua vida. Pensava, pensava, e a única conclusão que tirava era vazia, oca, não a levava a lugar algum, apenas ao horizonte — que mais parecia um abismo —. Estava atolada em indecisões, decepções, amores, paixões. Não sabia o que queria, porém, bem lá no fundo, já estava bem decidida. Pois então, punha-se a chorar. Chorar pelo rancor, pelo ódio, pelo sentimento de traição que se esparramava dentro daquele coração. Mas também, pelo amor, pelo afeto cheio de ardor que possuía com relação à algumas pessoas. Chorar loucamente, talvez tentando lavar sua alma, que há tempos não poderia ser chamada de alma limpa. E apesar disso, apesar de estar chorando, ela sabia que não podia. Não podia atingir-se de novo, pelo mesmo motivo indignante de sempre. Isso já havia feito-a chorar muitas vezes, e por muito tempo. Precisava de um fim. Afinal, não eram todas as pessoas que queriam o seu mal. Muitas delas queriam a ver sorrindo, e não só por fingir, mas sim, por felicidade real, concreta. E ela sabia disso. Só que o rancor era maior, sempre foi. Imagine só, uma das pessoas que você mais confia te trair pelas costas? Realmente não era nada fácil, e esse era o motivo de tanto rancor. Mas ela tinha que enfrentar isso de cabeça erguida, precisava de um motivo para convence-la que o melhor a fazer, era sorrir. Apesar de doer, apesar da grande vontade de cometer suicídio, ou pelo menos, de luxar-se em alguma parte do corpo. Talvez assim, ela chamasse atenção. Talvez assim, alguém se importasse com a sua existência. Era difícil, mas não era impossível, ela sabia, ela acreditava. Porque assim como felicidade nenhuma dura pra sempre, o sofrimento também não, então uma hora isso ia passar. E para que passasse mais rápido, ela tinha que enfrentar sorrindo. Sorrindo, sorrindo, sorrindo, sempre. Mostrando — ou fingindo — que não se importava… Não mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário