sexta-feira, 17 de maio de 2013

Eu gostaria de saber em que lugar no infinito dos meus olhos eu me encontro. Em que fio de cabelo me perdi? Eu não caibo mais nas roupas que cabia e o som ecoando pela minha boca não é mais meu. Gostaria de saber onde é que posso me encontrar dentro de mim, porque agora, neste momento, me sinto flutuando sobre meu corpo, observando meus movimentos de longe. Tenho a sensação de enxergar detalhadamente cada mergulho, como quem espia alguém pela janela. Sinto dizer, que me vi afogando. Só queria perguntar, por favor, se não for incômodo, onde eu encontro o fio da meada? Eu preciso me salvar. Porque eu nunca soube pedir conselhos, nunca soube pedir um ombro. Eu espero que me perguntem sobre meu dia e se encostem ao meu lado no sofá. Eu espero que me forcem um cafuné, que inicialmente irei negar. Nem sei em qual curva me tornei tão introspectiva, com vontade de falar de mim para o papel. Anne Frank tinha razão ao dizer que ele é muito mais paciente do que as pessoas. Porque as pessoas têm suas vidas e suas preocupações. As pessoas querem passar o tempo livre ouvindo uma boa música. Ninguém quer ouvir choramingos numa sexta-feira à noite. Algumas vão à festas, algumas dormem cedo, outras namoram e outras escrevem. Porque o simples fato de olhar-se no espelho é uma inspiração. E eu me pergunto quando foi que surgiram essas olheiras e descobro que mudei completamente em apenas uma semana. E me entupo de medo de acordar e não me encontrar na cama, como quando engoli meu dente de leite durante o sono e não o encontrei na manhã seguinte para entregar à fada do dente. Então escrevo. No infinito das linhas eu sei que não me perco.

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