sábado, 17 de maio de 2014

E mais uma vez aqui estou.
No fundo.
No fundo do poço que é ser eu. Talvez eu nunca saia desse lugar, talvez eu fique aqui até morrer. Mas a verdade é que já morri.
Meus olhos que até ontem tinham brilho, hoje perderam a cor. Meus sonhos que ontem faziam sentido, hoje perderam o valor. E até o tímido sol que me aquecia, hoje perdeu a cor.
Queria entender a razão de ser assim, vazia. Queria entender a razão de andar em círculos e sempre parar aqui, no inferno dentro de mim. Meus desejos se desfizeram hoje, meus planos foram embora com o vento e eu? Eu estou aqui com a dor. E ela pretende não me deixar tão cedo. Na verdade nunca me deixou.
No fundo, todos me deixam, menos ela. A dor, minha fiel companheira. A dor minha amiga verdadeira.
A madrugada chegou, chegou e trouxe com ela o conhecido cheiro de morte. Será que é hora de partir? Não sei…
Mas se for, assim mesmo eu vou. Vou e não volto.
A dor prometeu que me daria alívio. A dor me prometeu um descanso. A dor me prometeu a morte. E a hora é agora.
A hora de voar.
Adeus.

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