segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ela era aquela que ninguém percebia. Era só mais uma garota normal. Tomava capuccino no balcão. Não comia nada. Nunca a viram acompanhada. Nunca a viram sorrindo. Não sabiam nada a seu respeito. Ela sempre chegava pouco antes de anoitecer. Pedia seu tradicional capuccino e lia o livro que trazia dentro da bolsa. Seus olhos sempre se enchiam de lágrimas após alguns minutos de leitura, mas não chorava. Tomava sua bebida e fingia estar tudo bem. Todas as tardes ela voltava à cafeteria para tomar seu capuccino, ler seu livro e para enganar a si mesma um pouco. A expressão em seu olhar inspirava a piedade. Ela já não tem mais forças para ser forte. Não tem mais condições de continuar. Ela está à espera de alguém. Alguém que lhe feche o livro e lhe retire a xícara. Ela se cansou da rotina de sua tristeza. Ela está farta da estagnação de seus próprios silêncios. Suas mãos, seus olhos e sua boca desejam mais que uma xícara e um velho livro. Ela quer se libertar, mas não há ninguém que se disponha. Ela já sofreu em silêncio demais, e está pronta para permitir novamente as pessoas. Permitir, também, a ela mesma.

2 comentários:

  1. Queria saber seu nome para destinar o comentário...mas vc não colcou sei nome no perfil ó_ò

    Muito bom esse texto, gostei muito.
    Talvez até por ter me identificado com "a garota" - não o "eu" de agora, mas a priscas eras era meio assim como ela rsrs

    Mas na última frase, vc manteve a esperança ^^ - "permitir também, a ela mesma".

    É dificil na vida real, mas não impossivel! Tem q ter é mt determinação!

    Abraços. *e me diga seu nome^^*

    ResponderExcluir
  2. Ah meu nome é Alessandra.Coloquei sim logo ali em baixo... Muito obrigada Sél, que bom.Uhum... Beijos..

    ResponderExcluir