Ela sentiu a lâmina atravessando a sua pele. Sentiu aquele ardor desesperado, e sentiu o seu coração doendo. Ela só estava deixando ali com todo o sangue, todas as decepções, todas as ilusões que já sofrera. Ela não pensava no erro que estava cometendo, ela só estava focada em arrumar uma maneira para mandar o sofrimento embora. Olhavam para ela como se estivessem observando algo mútuo. Ela queria sumir, sei lá, só desaparecer. Ela não aguentava mais todos os julgamentos inadequados, não aguentava mais ouvir o certo e praticar o errado. Então, cobriu as feridas, cobriu os cortes, e simplesmente fez questão de fingir que nada tinha acontecido. As pessoas lhe nomeavam como fraca e covarde, sem ao menos saberem de todos os problemas que ela passa. Ela não estava mais do que certificada de que ninguém se importava. Ninguém ao menos dizia o que ela precisava ouvir. Ela estava necessitada de ajuda, de socorro. Ela não queria se arrepender por fazer a escolha que o seu coração tomou. “Ah, maldito coração!” - Ela pensava. Ela precisava chorar, ela precisava gritar, ela precisava mandar o mundo inteiro se foder. Mas ela apenas ficou ali, fingindo que tudo estava bem.