quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu disse que você significava tudo, querendo receber algo parecido de volta. Mas não foi bem assim. Enquanto eu não signfico nada para você, você é a minha vida. Ou vai dizer que existe algum outro motivo para mim estar aonde estou? Posso te contar uma história engraçada? Era uma vez, uma garota. Ela era chamada de emo, de depressiva. Mas na verdade, ela só queria fingir que não tinha uma dor. Ela recobria o seu rosto através do chapuz do casaco. Ela não gostava de chamar a atenção de ninguém. Ela chegava em casa todos os dias, jogava a sua mochila para qualquer lugar do seu quarto, e deitava em sua cama. Ela abraçava o travesseiro e ficava chorando, sem ter ao menos uma explicação. As palavras não conseguiam lhe reconfortar. Na verdade, ela só precisava evitá-las, já que uma vez quase lhe tiraram a vida. Ela conversava com as paredes, tentando criar conselhos à si própria para finalmente estar bem, sem precisar fingir. Ela pegava lâminas, e então, deixava com que tivessem um impacto pela sua pele. Doía, é claro. Ela reclamava do ardor, mas pensava que finalmente estava distraindo aquele deaforo e esquecendo do mundo lá fora. O sangue escorria pelo chão, e ela só pensava em terminar aquilo logo. Depois de um tempo, ela foi tomar banho. Assentou no piso que já estava enxarcado pela água, e a deixou escorrer pelo seu corpo. Os cortes ardiam e lhe marcavam por algo que a incomodaria para sempre. Ela conversava sozinha, na busca de respostas para perguntas inexistentes. As coisas se enfraqueceram, aparentando não serem mais as mesmas sem ao menos mudarem. Ela sentia falta de algo que poderia ter no dia anterior, no segundo anterior. No milésimo anterior. Ela não conseguia sorrir, ela só podia queixar-se da dor. Era torturante acabar com o seu próprio corpo por culpa de pessoas e ações que já deveriam ter sido esquecidas. Desligou o chuveiro, e esperou por mais um tempo. Pegou a toalha, e a entrelaçou pelo seu corpo. Vestiu uma roupa qualquer, onde seus pulsos ficassem escondidos. Não tinha vontade de conversar mais, os conselhos já bastavam. E então, deitou-se mais uma vez na cama e começou a entender o porque de tudo estar tão difícil. Dessa vez, ela não encontrou resposta. E após isso, ela chorou.

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