quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012




Lá fora, uma amiga me perguntou se eu estava bem. Pela milésima vez eu pensei em sentar, oferecer um café, parar em uma praça qualquer e soltar a bomba do “não, eu não estou bem”. Juro que as palavras se formaram na ponta da minha língua, mas ao ver o sorriso dela do outro lado, respondi o que todas as pessoas querem ouvir: “sim, estou bem e você?”. É errado eu pensar que no fundo ninguém se importa com a resposta do “tudo bem”? É demais sentir preguiça de tentar explicar tudo o que se passa aqui dentro de mim pra alguém? Porque sabe, eu ando assim ultimamente, com preguiça de falar, explicar e conversar. Eu poderia tá? Poderia ser sincera e dizer a verdade, mas poxa, nas poucas vezes que disse a verdade me ignoraram, fizeram pouco caso, não souberam o que responder. Tudo bem que não é obrigatório saber lidar com os meus “não, eu não estou bem”, mas é cansativo ouvir as mesmas respostas de “não sei nem o que te dizer”. Se não sabem o que dizer, porquê não tentar gestos? Atitudes? Detalhes que podem melhorar alguma coisa, mas não, dizem que não sabem o que te dizer e fogem, como se tu fosse algo contagioso. Eu não ligo, não mais, sinto um peso em ter que engolir em seco e dizer que “tudo está bem” quando nem eu sei por onde que começam as coisas do “não estão bem”, mas me viro sozinha, sempre me virei. Por isso olhei pra minha amiga lá fora e sorri, disse que estava bem, por educação perguntei se ela estava também e começamos uma conversa sem graça, onde eu me trancava em mim, querendo e não querendo desabafar, desabar e sorrindo, como se estivesse ouvindo uma palavra que fosse da conversa.

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