terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem sabe se tu lesse o que eu escrevo sobre ti, entenderia o mal que me causa ter que me lembrar de que tu me deixou aqui, esperando por ti. É triste ver uma garota com o rosto molhado, e o espelho já não aguentava mais isso. Não há fingimento quando estou sozinha, não há quem segure minha mão pra dizer que passou ou que me sacuda na cama pra eu acordar de um pesadelo. Isso não é um pesadelo e tu brincou comigo. Não dá pra entender como alguém tem coragem disso, e olha que tu dizia ter importância pra ti. Tenho dó do que tu não se importa. Não há maquiagem que me livre de olheiras, não há remédio que me faça dormir, não há travesseiro com teu cheiro e nem na minha roupa tem ele mais. Tu quis assim, enquanto eu não queria nem dizer até amanhã. E é como se em cada linha, tu ficasse um pouco nas palavras e saísse de mim, eu já não suporto tamanha dor. E só assim eu desabafo o que eu tinha pra dizer pra ti e tu nem quis ouvir, é que em cada linha que tu fica, é um pedaço de mim que fica livre, é uma parte que não precisa ser tirada em lágrimas. O teu excesso, dentro de mim, me maltrata, e a tua ausência do meu corpo, me destrói. Eu me acostumo. Me balanço de vez em quando lendo os textos que escrevi, tu nunca vai ver e nem saber o que eu tinha pra te falar, tu nunca vai ter noção do quanto me fez sofrer e do quanto eu estou tendo que lutar pra não deixar isso transparecer. Tu disse que realmente não tinha sofrido o que eu sofri, mas que não se sentia bem sem mim, parece ter aprendido bem rápido… Me ensina como desamar? Porque eu não sabia que “eu te amo” quando ditos assim, voavam depressa até do coração. Engolir o choro também deve ser bem prático pra ti que já está acostumado a esquecer das coisas, não é? Então, me ensina também. Bem que tu disse que tinha que ser tu, e foi. Foi tu no amor e na dor mais ainda, foi tu no meu choro e em todos os textos suplicando pra não me deixar desistir, foi tu nas noites mal dormidas e nos sonhos que não se realizaram, foi tu em cada batida fraca que meu coração pulsava, porque de força já não tinha nada. Foi tu nas músicas que eu escutava só pra te lembrar, foi tu no meu pensamento que escorria pelo meu rosto cada pedaço teu, foi tu me fazendo te amar e foi tu me deixando pra trás. Foi tu e ainda é, é tu quando eu não consigo parar de chorar, e quando eu já não me acho o bastante, é tu quando eu me lembro dos teus abraços e de cada sorriso que me tirava, é tu na dor que eu sinto quando tudo isso vem a tona, é tu quando me lembro das promessas que tu sequer cumpriu, e nem lembrou que devia fazer isso. Tu estava endividado quando disse que promessa é dívida, tu estava no controle e desperdiçou tudo. Como se no lixo coubesse sentimentos. Como se o coração ficasse perfeito depois de tantos pedaços quebrados. Quando se lembrar, diga se valeu a pena só brincar, olhe para o lado e vê se fez a escolha certa, veja uma foto minha em algum lugar e se pergunte onde foi que tu deixou essa menina, depois me diz se esquecer é fácil e se desamar existe do lado de dentro da gente.

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