domingo, 19 de maio de 2013

Já se passaram três longos meses e envelheci o equivalente a mais de dois anos. As coisas tem piorado mais a cada dia. Perdi aquele riso que despertava outros risos. Aquela vibração contagiante que sempre possui nem a mim contagia mais. Estou cheia de falhas. Me tornei uma farpa, enferrujada e sem brilho. Fui roubada e levaram toda minha felicidade de mim. Só tenho vontade de dormir, dormir e dormir… Sem ter de acordar no dia seguinte e encarar todo esse sofrimento novamente. Talvez esse sofrimento algum dia me fortifique. Estou caindo feito a chuva, sem nem um pingo de moderação. Queria eu ter uma proteção, ou uma mera companhia para me distrair, para me sentir segura quando estivesse prestes a cair. Não sei se foi a vida que vacilou comigo, ou eu com ela. Terei que entrar na realidade e aceitar os fatos – essa é a pior parte, creio eu –. Falecida em pensamentos. As ramificações no meu coração estão diminuindo e tendem a sumir, assim como a minha força de vontade. Estou sendo um tipo de relíquia de tortura, feita exclusivamente para servir de teste para a dor. Metamorfose ou uma grande bola de neve? Tantos adjetivos podem ser usados para definir o que eu sinto. Espero ansiosamente pela recompensa de aguentar calada tudo e todos. Meus dias estão cada vez mais exaustos, estou perdendo o tempo de me dedicar somente ao silêncio. Nem a minha superfície está mais intacta. Aquela moldura tão linda e bem apreciada morreu. Alguém deveria ter me alertado que a vida só nos da a opção de viver. Estou me vendo perante a certeza de que não poder continuar a suportar tudo isso por muito tempo(…)

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