sexta-feira, 3 de maio de 2013

Semana passada voltei naquele mesmo lugar onde nos encontrávamos. E mesmo tendo passado tanto tempo desde a última vez que estivemos juntos lá, tudo continua igual. Digo, a maçaneta continua estragada, o telhado ainda possui aquelas goteiras, o piso continua fazendo aquele barulho que nunca gostamos. O colchão ainda está no meio da sala. O sofá de couro está lá também. As paredes ainda estão sujas, nenhuma reforma foi feita naquele lugar. E se quer saber, o cheiro do teu perfume continua ali. Não sei se por ser tão forte, ou por falta de ventilação. Mas quando eu entrei lá, pude te sentir. Sentir como se estivesse ao teu lado novamente. E entrando ali, um grande vulto de memórias e arrependimentos passou por mim. Sei lá. Pude sentir meu coração acelerar por vinte ou trinta segundos, minha respiração parar, e meu coração doer. Não digo, doer. Foi uma dor de saudade. Aquelas que tu não sabe bem oque fazer, e quando faz, se tortura pela decisão. Não sei. Naquele dia algo em mim mudou. Talvez tenha sido a saudade que pairou em mim, a nostalgia, a mágoa, a dor. Um turbilhão de sentimentos das piores espécies. Daqueles que só de respirar tu sente falta. Senti como se estivessem me arrancando uma perna, um braço, dedos, ou um coração. Mas, espere.. O coração já não estava comigo. Pude perceber nesses vinte ou trinta segundos que oque realmente faltava em mim era um coração. O meu coração. E entrando lá, senti falta. Senti o quanto tu estava longe de mim, ambos sabemos disso. E naquele dia, por mais estranho que pareça, estive em cada lugar por onde já estivemos. Parei em cada lugar daquela casa. Parei, e fiquei me perguntando se os lugares tem memória. Acho que era vontade de poder compartilhar com alguém, ou alguma coisa. Talvez pelo fato de não saber em qual dos quatro cantos do mundo tu está. Talvez pela ânsia de te ter perto por um minuto apenas. Tanto faz. Não queria que os lugares tivessem memórias. Não mesmo! Imagine, fiz tantas bobeiras em tantos lugares diferentes. Mas queria que este tivesse. Não que não tenhamos feito bobeiras lá também, mas aquele lugar é especial. Lá foi a gente. Nós dois. Por tanto tempo. Quer dizer, não tanto tempo. Mas, foda-se. Foi com tanta intensidade. Foi tu e eu. Tu ainda se lembra? Costumávamos ir lá para simplesmente passar um tempo. Foram tantos finais de semanas de tantos verões. Como alguém poderia esquecer, não é? Foram tempos de sorrisos e de amor. Mas parece que o problema com o tempo, quer seja os dos verões que passei contigo lá, ou o que passei sozinha semana passada, é que ele sempre acaba. E quando isso acontece, precisamos simplesmente seguir. Acho que quando aprendemos isso, aprendemos também a não voltar mais em certos lugares. Porque pelo que parece, eles não possuem memórias, mas nós.. Ah, nós estamos sempre procurando por algo que nos faça voltar ao lugar que nos fez felizes algum dia. Mas quando desobedecemos esta regra, sofremos por isso. Sofremos por falta, por saudade.. Por amor gasto… Semana passada percebi o quão feliz tu me fez, e após aquela dorzinha de trinta segundos, sorri. Não por insensibilidade, gozação, ou para não chorar. Sorri porque por mais que o mundo estivesse um estrago danado, por mais que eu não sabia onde tu está e por mais que tenha me torturado estar lá, pude perceber que lugar nenhum, em tempo nenhum, poderia guardar tantas recordações nossas, como ali. E principalmente, sorri porque não importa quantas pessoas tenham tentado acabar com o que tivemos, ali, naquele lugar, nós dois ainda existíamos. E ninguém jamais poderia nos separar. E quer saber? Semana passada tu voltou pra mim, e eu voltei pra ti. E estamos juntos. Mesmo que isso seja apenas aqui dentro de mim.

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