quinta-feira, 2 de maio de 2013


Sentir, amar, sofrer, aprender, superar.
Eu amei, sabe, Zé? Aquela coisa que te dá frio na barriga, que solta milhões de borboletas no teu estomago. Que te deixa com cara de paspalho, sorrindo por qualquer palavrinha boba. Que te faz lembrar sempre de uma certa pessoa, mesmo que com um mínimo detalhe. Que deixa tuas pernas bambas, tuas mãos soando e teu coração batendo a mil. O amor. Só que não foi recíproco. Foi daqueles amores dolorosos mesmo, Zé. Dos que te fazem sofrer como cão por alguém que “caga e anda” pra ti. Mas, sabe, mesmo sendo desses, eu aprendi. E aprendi muito. Depois de sofrer, sofrer muito, é claro. Isso me serviu como experiência e, agora, eu já não me entrego à qualquer romance de verão que eu sei que será passageiro. Zé, olha, eu vi a felicidade passar por mim sem nem me dizer um mísero oi. Vi minha vida, meus planos, meus sonhos… Tudo indo embora por água a baixo. E sabe o que eu pude fazer? Nada. Só olhar e deixá-los ir, afinal, a culpa disso ter acontecido, no fundo, no fundo era minha. Eu fui ingênua, como sempre, e acabei entregando uma vida a quem queria apenas umas noites. Digno de eu. Sempre acreditando em tudo que vejo, sempre achando que aquelas histórias de romance criadas pela Disney se realizariam comigo. Estava enganada, enganadíssima. Essas histórias tem uma chance em um milhão de acontecer. Não. Mentira. Elas não tem nenhuma chance de acontecer, porque, infelizmente, não dá para transformar um sapo em príncipe com apenas um beijinho. É… A vida é amarga e eu já deveria saber disso. Pela forma que ele me olhava, por como ele se negava a dizer eu te amo olhando nos meus olhos, por como agia quando íamos a algum lugar, como se não me conhecesse, como se eu não estivesse ali acompanhando-o. Era tudo tão óbvio, estava na cara que ali não existia amor, e mesmo assim eu mergulhei de cabeça. E agora estou aqui arcando com as consequências de ter me entregado a um amor - se é que eu posso chamar assim - ilusionário, sofrendo e lamentando por não ter sido inteligente o suficiente para ver que não era amor. Nunca foi e nunca seria amor. Era apenas um “lance” como dizem por aí hoje em dia… Ele me usou por alguns dias e pronto, acabou-se toda aquela magia que eu pensei existir. Faz parte. Não deveria fazer, mas faz. E a gente só aprende depois de sentir todos os amargos que a vida tem a oferecer.  Mas apesar disso, apesar de toda essa tristeza, isso tudo até que teve um lado bom… Agora eu não vou mais sofrer e não vou deixar ninguém tentar fazer com que eu sofra. Vou fazer o que já deveria ter feito a muito tempo: amar a mim. É, Zé, colocar o meu amor próprio em primeiro lugar, porque se eu continuar colocando à frente, quem não merece estar nem em ultimo, vou acabar no fundo do poço. Isso eu aprendi, Zé. E aprendi muitas outras coisas. Aprendi a ser forte, a sorrir em meio ao choro, a ser educada quando a vontade é sair xingando o mundo todo, aprendi a me controlar. Aprendi coisas importantes e outras nem tanto assim… Aprendi que na vida, Zé, nós só temos uma chance, e se desperdiçarmos essa única, ficaremos chupando dedo e sofrendo lamentando por não ter aproveitado e feito a coisa certa. E sabe como eu aprendi tudo isso? Eu amei, Zé. E o amor, apesar de dizerem por aí ser um sentimento tão bom, puro e verdadeiro, também machuca. E ensina, e magoa, e decepciona. Ele, do mesmo jeito que pode trazer mil motivos de felicidade, pode leva-los embora num piscar de olhos. E isso eu já aprendi, por isso não amo mais.

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