Já rabisquei diversos nomes na última folha do caderno, no final da
folha, na parte de dentro da capa, na mesa da escola, na borracha, num
papel qualquer todo amassado. Mas hoje, minha última folha do caderno
está vazia, vazia igual a mim, igual meu coração. O final da minha folha
está vazio. A parte de dentro do meu caderno está vazia. As mesas nas
escolas estão rabiscadas com outros nomes, outros corações. A borracha
está apenas desgastada. Os papeis amassados continuam todos amassados. É
estranho, passamos tanto tempo fazendo esses rabiscos pelos cantos, que
quando eles já não fazem mais sentido, nós apenas fitamos a última
folha com um olhar vago. Não sentir mais aquela vontade de fazer
corações pelos cantos, é sentir um vazio, um nada. Um nada que te deixa
com vontade de fazer nada. Um nada que deixa a última folha do teu
caderno vazia, sem vida, sem graça, igual a ti. — O Vazio da Última Folha
Gostei bastante desse texto.
ResponderExcluirAntigamente eu costumava fazer essas coisas também. Haviam muitos nomes na última folha do meu caderno. A maioria, era brincadeira das amigas. A minoria, fazia minha imaginação rolar solta. A borracha ainda guarda vestígios dessa época. Um pouco desgastada, mas o nome ainda está bem nítido. E se esse nome começar a se apagar, eu faço questão de retocá-lo.
E é tão ruim sentir um vazio desses aí descrito. :/
Beijos!
http://perolairregulaar.blogspot.com.br