sábado, 24 de novembro de 2012

Já rabisquei diversos nomes na última folha do caderno, no final da folha, na parte de dentro da capa, na mesa da escola, na borracha, num papel qualquer todo amassado. Mas hoje, minha última folha do caderno está vazia, vazia igual a mim, igual meu coração. O final da minha folha está vazio. A parte de dentro do meu caderno está vazia. As mesas nas escolas estão rabiscadas com outros nomes, outros corações. A borracha está apenas desgastada. Os papeis amassados continuam todos amassados. É estranho, passamos tanto tempo fazendo esses rabiscos pelos cantos, que quando eles já não fazem mais sentido, nós apenas fitamos a última folha com um olhar vago. Não sentir mais aquela vontade de fazer corações pelos cantos, é sentir um vazio, um nada. Um nada que te deixa com vontade de fazer nada. Um nada que deixa a última folha do teu caderno vazia, sem vida, sem graça, igual a ti. — O Vazio da Última Folha

Um comentário:

  1. Gostei bastante desse texto.
    Antigamente eu costumava fazer essas coisas também. Haviam muitos nomes na última folha do meu caderno. A maioria, era brincadeira das amigas. A minoria, fazia minha imaginação rolar solta. A borracha ainda guarda vestígios dessa época. Um pouco desgastada, mas o nome ainda está bem nítido. E se esse nome começar a se apagar, eu faço questão de retocá-lo.
    E é tão ruim sentir um vazio desses aí descrito. :/

    Beijos!
    http://perolairregulaar.blogspot.com.br

    ResponderExcluir