quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Volta e meia ela pegava uma caneta e um caderno, e se sentava à mesa para escrever. Sempre tinha daquelas ideias mirabolantes que poderiam render uma novela. Pensava em talvez escrever uma para ler sozinha em sua cama durante uma noite chuvosa, e chorar com aquele romance proibido que ela mesma havia escrito. Era irônico pensar em chorar por algo que ela mesma criou, é como chorar por um amor não correspondido ou por um amor platônico que nem sabe que é o teu amor. Parecia até engraçado vendo por esse ângulo, chorar por uma historia que tu mesmo criou… Isso a fez lembrar do passado, quanto chorou por uma ilusão criada por ela mesma. Por que tinha que ter sido tão boba? Por que deixou que qualquer pessoa chegasse e machucasse seu coração ? Por que essa história teve que ter esse final tão triste ? Ah, são tantas dúvidas, são tantos arrependimentos, são tantas as dores. Ela poderia escrever livros e livros, pois mesmo com poucos anos de vida, já havia vivido inúmeras histórias, experimentado desde o sabor mais amargo ao mais doce, já havia sido amada, já tinha amado, se iludido, se machucado, ela conseguiria escrever novelas, contos jamais vistos, histórias jamais contadas, conseguiria não ser previsível em seus romances, e em suas jornadas jamais seria desencorajada. Ela era uma daquelas “menina mulher”. Corpo de menina, rosto de boneca, mas a mente… Ah, a mente viaja por outros mundos, procurava novas histórias para viver. Todos sempre diziam que ela era mais madura do que as outras garotas de sua idade. Ela sempre se dava melhor com pessoas mais velhas que elas. Suas amigas de sua idade sempre diziam que ela deveria viver mais, que ela parecia uma velha. Mas não, ela era sábia demais para se deixar levar por tais palavras. Mal sabiam as suas amigas o quanto ela era feliz vivendo dessa forma. Talvez parecesse mesmo uma velha, mas ela não se importava com isso. Ela estava feliz dessa forma, gostava de ser assim. E isso era a única coisa que importava.

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